I.
Que tipo de Revolução
existiu em Cuba?
Até o presente momento
o povo cubano já realizou duas grandes lutas por libertação do seu povo. A
independência do colonialismo espanhol (xxxx) e a libertação do julgo
imperialista norte-americano (1957).
A luta por Libertação
Nacional que existiu em Cuba, apesar de seguir um desvio militarista, pode ser
dividida em dois pontos:
MILITAR; Guerra de
guerrilhas, com participação massiva de camponeses pobres, tendo como base a
reforma agrária e a soberania nacional;
POLÍTICO; Apoio de
setores independentes da Burguesia Nacional e da Pequena Burguesia – Médicos,
Engenheiros, Advogados, Professores e Estudantes;
O Partido Comunista de
Cuba (PCC) criticou a luta armada pela libertação nacional até o momento que
esta se tornou irreversível e vitoriosa. Uma posição no mínimo oportunista.
As dificuldades em
aplicar o socialismo científico ao Estado que se formou após a sua Libertação
Nacional, impossibilitou que Cuba desenvolvesse diversos aspectos de sua
sociedade, inclusive nas contribuições internacionais para as lutas do
proletariado.
II.
Que tipo de Estado se
formou em Cuba após a Libertação Nacional?
O PCC se aproximou do
Governo Revolucionário para intermediar as conversações com a URSS revisionista,
uma vez que o próprio PC de Cuba também já havia traído o comunismo bem antes
do triunfo da Libertação Nacional.
Antes de Cuba
conquistar sua liberdade, frente a ditadura civil-militar de Batista/EUA, em
1956, houve o XX Congresso do PCUS onde Krushov traidor iniciou sua
campanha de difamação contra a memória do camarada Stalin e a restauração
capitalista no Estado soviético.
Naquele momento
histórico, os revisionistas, falsos comunistas, traidores da revolução que
dirigiam o PCUS estavam mais preocupados em rivalizar economicamente com as
potencias imperialistas, principalmente os EUA, do que incentivar e apoiar as
revoluções do proletariado internacional.
Em 1957, Cuba se
liberta do julgo imperialista e busca apoio na URSS, que já se encontrava na
condição de social-imperialista. Porém, a exploração semifeudal e semicolonial
permanece inalterada para o povo cubano, principalmente para os camponeses
pobres.
O revisionismo, na
cabeça do Estado revolucionário de Cuba, apontava a luta contra o imperialismo
como a contradição principal nos países da América Latina. Mas, jamais se
preocupou em estudar que as contradições internas de cada nação, como a
existência do latifúndio e a exploração semifeudal, são as que permitem a
exploração semicolonial do imperialismo. Por isso, todas as investidas
políticas e militares do Estado cubano, em apoio às lutas dos povos latino
americanos, não vingaram.
III.
Como o Capitalismo
Burocrático permaneceu e se desenvolveu na sociedade cubana?
Duas coisas
contribuíram seriamente para a manutenção do atraso social cubano; Primeiro,
não solucionou o problema da questão agrária; Segundo, sua referência política
e ideológica de Estado Socialista estava vivenciando uma restauração
capitalista;
Cuba deixou de ser uma
nação explorada pelo imperialismo dos EUA, que financiava uma ditadura fascista
no país, para ser uma nação explorada pelo social-imperialismo da URSS, que
vivia uma restauração capitalista.
De 1959 a 1963,
aconteceram as expropriações das grandes propriedades, a distribuição de
pequenas propriedades para os camponeses pobres sem terra e a criação de setor
estatal responsável pela agricultura.
De 1963 a 1970,
implanta-se um modelo agrícola exclusivo para servir aos interesses do mercado
da URSS revisionista. Este modelo foi chamado de “Adequações Socialistas”. O
aumento de cultivo da cana de açúcar para atingir 10 milhões de toneladas, com
finalidade de exportação. Com isso a soberania alimentar ficou debilitada, a
democracia da terra limitada, pois os camponeses tinham a posse da terra, mas
não podiam decidir o que plantar nela.
A partir de 1970 a URSS
começa a diminuir os contratos econômicos com o Estado cubano e isso prejudica
a safra da cana. Porém, diante desta crise produtiva, inicia-se uma extensão
tecnológica. O governo defendia que isto serviria para evitar a exploração dos
trabalhadores e evoluir a produção ostensiva, mas na prática serviu com um
filtro, onde quem não se adequou as novas tecnologias teve que entregar suas
pequenas posses para os dirigentes estatais.
Entre 1975 a 1985 houve
a criação de um novo sistema agrícola, com uma economia centralizada pelo
Estado, ou seja, a política agrícola era determinada pelos dirigentes cubanos
localizados em Havana, enquanto os camponeses pobres perdiam suas terras e
quando as tinha não decidia sobre a mesma. Isso permitiu que voltasse a existir
um sistema latifundiário, sustentado pela gerência estatal de uma Burguesia
Burocrática emergente.
De 1985 a 1993, uma
tentativa de retificação. Ao que parece, existiu uma luta dos setores mais
honestos do Estado cubano contra o aparecimento de velhas opressões no seio da
sociedade. Abriu-se a campanha pela “Retificação dos erros” (nos setores
produtivos) e contra as “Tendências negativas” (nos setores políticos e econômicos).
Até no momento de uma luta tão importante, as intervenções vieram de maneira
tímida. A vaidade dos honestos não contribuiu para o combate ao oportunismo
dentro do Estado cubano.
No período atual, Cuba
volta a discutir a superação de sua crise produtiva. Mas, não se discute suas
questões políticas e ideológicas. Por exemplo, como permitiram a volta do
gamonalismo (coronelismo no Brasil), ainda mais sustentado por setores do
próprio Estado?
A Burguesia Burocrática
que emergiu em Cuba durante o seu “Regime Socialista”, enriquecendo a partir
das explorações semiservis, proporcionadas pelo próprio Estado cubano. Por exemplo,
Na exaustão das forças produtivas, sem nenhuma tecnologia, para servir aos
interesses social-imperialista da URSS; Na falta de liberdade das famílias
camponesas decidirem sobre suas produções; Nas expropriações dos pequenos
camponeses e no favorecendo a existência dos latifúndios cooperativados;
Acredita-se que a
chegada de Raul Castro ao poder tenha representado a virada da Burguesia
Burocrática dentro do Estado cubano. Desde 2008, desenvolve-se uma
descentralização da política agrária em Cuba. As cooperativas, que formam
latifúndios estatais e exploram mão de obra semiserviu, estão sendo divididas
entre grupos de poder locais.
A Grande Burguesia
cubana não quer mais apenas explorar a renda da terra e os poucos recursos
estatais, ela quer especular sobre estes setores já existentes e desenvolver novas
formas de exploração. Ela não quer ser apenas Burocrática, também quer ter
status de Compradora e sabe que isso só será possibilitado com a presença do
Capital estrangeiro explorando o país novamente.
IV.
O que significa esta “reconciliação”
entre Cuba e EUA?
Mesmo
não sendo um Estado Socialista, mas sim um Estado Libertado do Imperialismo,
esta “reconciliação” entre Cuba e EUA é um ato de capitulação frente ao
imperialismo. O país voltará a sua antiga condição de país semifeudal, com uma
economia agrária, com sistema de latifundiário gamonalista (coronelista) e semicolonial,
subserviente aos mandos políticos e econômicos dos EUA, sem autoridade para
decidir sobre os rumos de sua própria nação;
O
diferencial de já ter sido um Estado que se libertou do julgo imperialista e
ter capitulado, sem ter avançado na construção do socialismo científico, elevou
os sacrifícios que as próximas gerações de revolucionários cubanos terão que
enfrentar. Mas, isso tudo não intimida a necessidade histórica de transformação
da humanidade. O povo cubano saberá responder, no tempo certo, a esta
capitulação de sua luta histórica por um Novo Mundo.
As
vitórias do proletariado, na luta por sua libertação e destruição de todas as
formas de opressão, são iguais o ato de semear, ás vezes semeamos revoluções
proletárias e libertadoras, mas nem sempre colhemos Socialismo Científico. Por
isso, é necessário manter a Luta de Classes, inclusive no Estado Socialista,
realizando quantas revoluções culturais forem necessárias. Não teremos uma Nova
Economia se não tivermos uma Nova Política e uma Nova Cultura, defendidas pelo
proletariado através de seu Partido de Classe, seu Exercito e sua Frente Única,
isso serve para Cuba e todos os países latinos.
Viva
ao povo cubano!
Abaixo
a capitulação do Estado cubano!
“Hasta la vitória siempre”
J.
Santos